A cidade de João Pessoa é uma das capitais que mais proporciona qualidade de vida no Nordeste. E o incentivo ao esporte não está na contramão, transformando as praças públicas e os calçadões em verdadeiras arenas esportivas. Quem anda pela cidade sabe e faz esse comparativo com outras localidades, sabe que essa não é uma relação apenas de aparência. O pessoense é apaixonado por esporte e em especial, a corrida. E nessa febre saudável, a capital do primeiro Sol das Américas elevou o nível e ganhou em seu calendário mais uma maratona. Com incentivo privado e com o apoio da tradicional rede de supermercados Pão de Açúcar, a Maratona de João Pessoa chegou para afirmar ainda mais o quanto a Paraíba tem vocação para os esportes. E eu, um mineiro radicado em Pernambuco, tive a honra de conferir isso de perto e ser um dos embaixadores de sua primeira edição.
Uma maratona que apresenta a cidade pra quem corre
Eu sempre bato na tecla que a cidade que possui uma maratona em seu calendário tem uma vitrine a céu aberto e a oportunidade de divulgar sua cultura e seus pontos turísticos para milhares de pessoas. E, se a ideia foi essa, a Maratona de João Pessoa fez e muito bem!
Talvez pouquíssimos saibam, mas João Pessoa é a terceira capital mais antiga do Brasil, atrás apenas de Salvador e Rio de Janeiro. E apesar de tanto tempo, ela está longe de ter uma cara de metrópole ou megalópole. O que por sinal, esse “crescimento” tardio só trouxe a ela benefícios, conservando o seu passado e crescendo de forma sustentável e organizada, com ruas largas, arborizadas e sem arranha-céus em sua orla.
A largada da maratona aconteceu mais cedo que as demais distâncias, largando às 4h30 em frente ao Busto de Tamandaré, levando os corredores dos 42 km para conhecer o Centro Histórico da capital em uma outra perspectiva, correndo! E, para isso, foi necessário percorrer toda a Epitácio Pessoa, único trecho da prova com vários aclives e declives. E valeu à pena, viu? Já que o ponto de retorno aconteceu no Parque Solón de Lucena, um dos principais cartões postais da cidade.
O sol predominou na Capital do primeiro Sol das Américas
E o sol, hein? Bom, não dá pra reclamar muito do astro rei, sobretudo pra quem mora ou escolhe correr uma maratona no Nordeste. Mas, mesmo assim, a data foi bem escolhida para superar os 42,195 km. É verdade, sim, que havia alguma possiblidade de chuva, mas quem disse que São Pedro queria atrapalhar a festa de mais de 4 mil corredores?
Se a chuva não veio, a temperatura se manteve “agradável” e ficou ainda melhor porque o vento também não apareceu para deixar a maratona ainda mais desafiadora. E se alguém sentiu dificuldades com o calor paraibano, havia um caminhão pipa à disposição dos corredores, para dar aquela refrescada. Isso, claro, sem contar com os pontos de isotônicos e muita água gelada durante toda a prova.
E minha participação na prova?
E pra falar que não contei da “minha prova”, vamos lá! Eu não fui o grande Batista Ferreira, que fechou a prova com 2h55. E nem em sonho fiz as 3h29 da super Kananda Micheline, ambos campeões da distância. E, cá pra nós, fiquei longe também dos “TOP 25”, que faturaram uma medalhinha extra. Mas e daí? Voltei para casa feliz da vida e realizado!
Durante minhas 4h45 de prova me diverti, contei histórias, ri pra caramba, ajudei e fui incentivado. Contei com a ajuda de amigos e fomos praticamente do início ao fim nessa pegada de completar. Correr assim deixa até a maratona como uma verdadeira brincadeira.
A corrida é sem sombra de dúvidas o esporte individual mais coletivo que existe. E ali, durante quase cinco horas de prova, rolou muita ajuda e companheirismo. O clima de João Pessoa também favorece bastante essa sinergia. E foi mais uma vez muito massa, como em toda corrida que participo na cidade.
Washington Vaz é analista de sistemas, professor e criador de conteúdo. Escreve sobre corridas e cria vídeos de suas participações em provas no @perunning desde 2014. Em João Pessoa, fez sua décima participação em maratona.
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